quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Enfim, o que é jornalismo?



Apesar de não haver um consenso sobre o significado do termo, as definições tradicionais de jornalismo costumam girar em torno da idéia de verdade. Prática de coletar, organizar e divulgar informações verdadeiras ao público. Algo que nos remete a objetividade, imparcialidade, impessoalidade, enfim, pressupõe-se que no fazer jornalismo o profissional deve manter certa distância do seu objeto. Alguns vão mais além, segundo Glasser e Craft, na obra “Public Journalism”, o objetivo do jornalismo, através da mídia, seria o de promover a cidadania.

No entanto, o que vemos atualmente com o nome de jornalismo é algo bem distante disso e bem mais complexo do que qualquer definição. O que tomou o lugar do jornalismo, propriamente dito, foi algo pouco definido. Foi um remendo deste com a publicidade, que é chamado por Alcino Leite Neto pelo neologismo “publijornalismo”, “um híbrido que incorpora mecanismos de publicidade, bem como do entretenimento”. Fácil de se entender: essa mutação do jornalismo trabalha com as leis do mercado, ou seja, transforma a notícia em produto, tornando bastante estreita a distância entre jornalismo e publicidade. A primeira, que deveria focar-se no referente, passa a ter uma função emotiva, a função de provocar emoção, de vender; função essa pertencente à segunda.

Dois pontos extremos (public journalism – publijornalismo) percorridos pelo jornalismo. Ou será que o que vemos atualmente (publijornalismo) não deveria ser considerado jornalismo? Enfim, nota-se que nos dias de hoje a questão a que nos propomos (O que é jornalismo?) está ainda mais difícil e parece que bem longe de ser respondida.